TRATAMENTO CLÍNICO DA APENDICITE AGUDA: RELATO DE CASO
Resumo
INTRODUÇÃO: A apendicite aguda é uma causa comum de dor abdominal aguda e a causa mais freqüente de cirurgia abdominal de emergência. Sabe-se que seu manejo tradicional é a apendicectomia, mas que o uso de antibióticos apresenta papel fundamental no seu manejo seja como antibioticoterapia ou somente na profilaxia. O objetivo desse relato é apresentar caso clínico de paciente com apendicite aguda tratada clinicamente e discutir aspectos relevantes.
CASO: I.U.D.S, masculino, 58 anos, hemofílico, diabético, ex-etilista/tabagista deu entrada no pronto socorro com queixa de dor abdominal, em fossa ilíaca direita há quatro dias. Negava alteração do hábito intestinal, náuseas, vômitos, febre e/ou disúria. Ao exame físico apresentava abdome plano e doloroso à palpação da fossa ilíaca direita com massa palpável endurecida na mesma região, ruídos hidroaéreos diminuídos e descompressão brusca negativa. Também era evidente a presença de hérnia inguinal bilateral sem sinais de encarceramento. A primeira hipótese diagnóstica foi tumor de cólon direito e para tal finalidade diagnóstica solicitou-se tomografia de abdome. Esta apresentou laudo sugestivo de apendicite aguda bloqueada. Optou-se por tratamento não operatório, visando diminuir complicações devido condição hemofílica do paciente, além do mesmo apresentar-se clinicamente estável, sem sinais de sepse grave, plastrão palpável e com pequena coleção bloqueada. Foi iniciado antibioticoterapia com Ceftriaxone e Metronidazol por sete dias e o paciente teve evolução clínica satisfatória. Realizou-se tomografia computadorizada de controle ao final desse período que apresentou melhora radiológica significativa em comparação com exame anterior. Nesta data, o paciente teve alta com prescrição de Ciprofloxacino e Metronidazol por via oral, além de ser orientado a retornar em sete dias para controle tomográfico. Ao retorno, o paciente permanecia assintomático e a tomografia computadorizada não evidenciou sinais inflamatórios ou infecciosos, demonstrando resolução radiológica e clínica com o uso de antibioticoterapia.
CONCLUSÃO: O manejo da apendicite aguda permanece controverso, tanto na discussão da necessidade ou não de cirurgia quanto em relação à via de acesso, laparoscópica ou aberta. Até o momento, sabe-se que a escolha do tratamento dependerá das características clínicas de cada paciente e dos recursos disponíveis e que, o tratamento não cirurgico da apendicite como única estratégia, tem como objetivo reduzir os custos e diminuir as complicações relacionadas à cirurgia ou à ressecção do órgão.
PALAVRAS-CHAVES: apendicite, apendicectomia, antibióticos, cirurgia
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