TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO DA INCONTINÊNCIA URINÁRIA DE ESFORÇO – Relato de caso

Gabriela Cabrinha da Silva, Andressa de Oliveira Freitas, Patrícia Scarpelini, Cinira Assad Simão Haddad

Resumo


A Incontinência Urinária (IU) é definida como perda involuntária de urina.  Esta perda é entendida como um problema social e higiênico, que leva à restrição do convívio social. O tratamento conservador mais eficaz é a fisioterapia do assoalho pélvico, que, através de várias técnicas, dá motivação ao paciente como sendo uma importante parte para o sucesso do tratamento. Objetivos: Descrever a avaliação, o tratamento e a reavaliação de um prontuário fisioterapêutico para o tratamento de Incontinência Urinária de Esforço. Métodos: Trata-se de um relato de caso. Foram coletados do prontuário fisioterapêutico os dados referentes ao perfil da paciente com diagnóstico médico de Incontinência Urinária de Esforço, a queixa principal, frequência miccional, antecedentes ginecológicos, doenças associadas, avaliação da força muscular do assoalho pélvico (AFAP) e Questionário de qualidade de vida para Incontinência Urinária ICIQ-SF, bem como o tratamento fisioterapêutico utilizado. Resultados: Inicialmente, a queixa principal da paciente era “não conseguir segurar a urina”. A AFAP apresentou grau de força 2 (Escala de Oxford), com diminuição do tônus muscular nas paredes laterais, anterior e posterior e duração de contração de 1 segundo. O resultado do ICIQ-SF foi 17. Foram realizadas 10 sessões de fisioterapia, incluindo reeducação dos hábitos de vida, alongamento da musculatura do assoalho pélvico (MAP) cinesioterapia e utilização do aparelho Biofeedback Perina (marca Quark) para fortalecimento e conscientização. Após as dez sessões, a paciente apresentou grau de força muscular 5 na AFAP, tônus muscular normal  e a sua contração muscular tônica teve duração de 10 segundos.  Ao final da intervenção, a paciente não apresentava nenhuma queixa de perda urinária e o ICIQ-SF não foi pontuado devido à melhora total da paciente. Considerações finais: Com a análise de prontuário foi possível visualizar que a reabilitação do assoalho pélvico melhora a consciência destes músculos, o controle miccional e melhora a qualidade de vida da paciente com incontinência urinária de esforço.


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