COLECISTITE AGUDA ACALCULOSA EM PACIENTE FALCIFORME PEDIÁTRICO COM INFECÇÃO POR PLASMODIUM FALCIPARUM: RELATO DE CASO E REVISÃO DA LITERATURA

Bárbara Alves Rhomberg, Beatriz Mendes Awni, Luiza Irizawa Ferreira, Isabela Cosimato Ferrari, Arthur Barros Fontes, Ana Luiza Oliveira Diniz, Juliana Laragnoit Ribeiro Da Silva

Resumo


INTRODUÇÃO: A malária é uma doença infecciosa causada por protozoários do gênero Plasmodium. Pode apresentar-se desde formas assintomáticas até graves, sendo uma delas a colecistite aguda acalculosa (CAA). A CAA tem uma mortalidade de 30% dos pacientes acometidos e sua complicação mais comum é perfuração da vesícula biliar.

 

CASO: O.B.A., masculino, 6 anos, procedente da Nigéria há três dias, deu entrada no pronto socorro devido febre (39,8ºC) com início há três dias, associado a sonolência, adinamia, perda do apetite e gemência. Paciente portador de anemia falciforme, com história de malária por Plasmodium falciparum em 2012. Apresentava-se em regular estado geral, descorado 3+/4+, ictérico 2+/4+, desidratado 1+/4+, gemente, febril. À ausculta cardíaca apresentava sopro sistólico 4+/6+. Referia dor à palpação abdominal, sem vísceras palpáveis, descompressão brusca negativa. Exames laboratoriais revelaram: anemia (hemoglobina abaixo do seu basal), leucocitose, plaquetas no limite inferior, hiperbilirrubinemia às custas de bilirrubina direta, transaminases e enzimas hepáticas elevadas. No 2º dia de internação hospitalar (DIH), foi introduzido Ceftriaxone, na suspeita de infecção pulmonar devido ausculta pulmonar com estertores crepitantes e radiografia torácica com opacificação heterogênea peri-hilar direita. No 3º DIH, evoluiu com dor abdominal, colúria e piora da icterícia. Ultrassonografia abdominal evidenciou sinais compatíveis com colecistite aguda alitiásica, não indicada cirurgia, associando Metronidazol ao tratamento clínico. Levantado suspeita de novo quadro de Malária, foi realizado exame de gota espessa, positiva para Plasmodium falciparum. Iniciado tratamento com Artemeter, Lumefantrina e Primaquina. A lâmina de verificação de cura negativou ao 4º dia após início de tratamento. Paciente melhora clínicamente recebendo alta no 9º DIH.

 

DISCUSSÃO: A CAA é comumente atribuída a insultos graves. É descrita em associação com agentes infecciosos como a malária, sendo que esta geralmente responde a fármacos antimaláricos e antibióticos de largo espectro.

 

CONCLUSÃO: A CAA é uma complicação rara, especialmente em pacientes infectados por Plasmodium, mas descrita, e requer um alto índice de suspeita. A menos que seja complicado, a CAA causada por malária pode ser tratada com sucesso por medidas conservadoras sem a necessidade de intervenção cirúrgica.

 

PALAVRAS-CHAVE: malária, anemia falciforme, colecistite aguda acalculosa


Palavras-chave


malária, anemia falciforme, colecistite aguda acalculosa

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