O USO DA RADIAÇÃO NA CONSERVAÇÃO DOS ALIMENTOS

Paula Luana Silveira, Paulo Pinhal Jr

Resumo


A irradiação dos alimentos tem a capacidade de destruir micro-organismos, preservar por mais tempo, ainda tem a finalidade de eliminar insetos e retardar o processo germinativo em produtos vegetais. Há um aumento na segurança dos alimentos e uma diminuição nas perdas causadas por deteriorização (BOAVNETURA, 2005). A imaginação das pessoas associa a radiação a efeitos sempre negativos, o que explica a estranheza inicial ao conhecimento da prática da radiação alimentar. O contato de partículas alfa, beta e gama com a matéria orgânica, porém, mudou a maneira como a indústria de alimentos produz, estoca, transporta e comercializa alimentos altamente perecíveis e suscetíveis a manifestação de doenças. Descoberto em 1895 pelo físico alemão Wilhelm Conrad Rontgen, as emissões eletromagnéticas conhecidas como raios x, e suas propriedades radioativas, pouco mais tarde foram investigadas e os efeitos da radiação ionizante começaram a ser entendidos e explorados. Em 1905, nos EUA e Inglaterra, já se registram os primeiros usos dessa irradiação para inativar um parasita humano, o Trichinella spiralis, que contaminava a carne de porcos. Desde então, diversos estudos foram feitos na área de irradiação de alimentos, sendo a mais estudada técnica de conservação e descontaminação alimentar. O extremo cuidado e extensa pesquisa para aplicação deste método se dá pela natureza destrutiva da radiação ionizante ao material genético dos organismos vivos (VENTURA et. Al, 2010).. Antes do Ministério da Saúde e da Comissão Nacional de energia Nuclear estabelecer as normas e instruções para o uso comercial da irradiação, o decreto-lei já exige a comprovação da sanidade e inocuidade dos alimentos irradiados através de trabalhos técnicos e científicos desenvolvidos por instituições de pesquisas nacionais ou internacionais (Decreto Nº 72.718, de 29 de agosto de 1973). Na indústria dos alimentos as fontes radioativas utilizadas são Co-60 e Cs-137 e, no processo, apenas raios gama entram em contato com o alimento, modificando a estrutura molecular de forma a impedir a divisão celular de organismos orgânicos sem que haja contaminação toxicológica através da radioatividade (SILVA; ROSA, 2010). Embora a irradiação de alimentos constitua tema desconhecido para a maioria da população brasileira, o processo é seguro e não oferece risco ao consumidor e nem ao meio ambiente, pois não deixa qualquer resíduo químico, radioativo ou subproduto de qualquer espécie. As muitas pesquisas realizadas constataram como único efeito colateral a variação do valor nutritivo, a depender da dose de radiação utilizada. Os benefícios econômicos, sanitários e mesmo sociais que a radiação alimentar gera através da conservação, eliminação de doenças e redução de desperdício justificam o uso da técnica sem nada que a desbonifique.


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Referências


BOAVNETURA, Marina. Irradiação: Técnica elimina toxinas e prolonga validade de alimentos. 2005. Disponível em: . Acesso em: 28 set. 2015.

SILVA, A. L. S.; ROSA, C. R.. Uso da Irradiação em alimentos. Boletim Ceppa, Curitiba, v. 28, n. 8, p.49-56, jun. 2010.

VENTURA, D. et al.. Utilização da irradiação no tratamento de alimentos: Processamento geral de alimentos. 31 f. Escola Superior Agrária de Coimbra. Coimbra, 2010.


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