ESCLEROSE MÚLTIPLA: DIAGNÓSTICO POR IMAGEM E ACHADOS LABORATORIAIS

Costa Costa Costa Fontes, Thiago de Arruda Souza

Resumo


Esclerose múltipla (EM) é uma doença que afeta o sistema nervoso central (SNC), causando destruição da mielina, proteína fundamental na transmissão do impulso nervoso. É uma doença do adulto jovem, os sintomas começam a se manifestar entre 20 e 40 anos, raras antes dos 15 anos e após os 60. A incidência é maior em mulheres. A EM é habitualmente dividia em quatro tipos, sendo: esclerose múltipla recidivante remitente (EMRR), esclerose múltipla primária progressiva (EMPP), esclerose múltipla secundária progressiva (EMSP) e esclerose múltipla primária recidivante (EMPR). Os sintomas se diferenciam de acordo com o local afetado dentro do SNC, os principais sintomas da doença são: fraqueza, adormecimento e hipoestesia dos membros superiores e inferiores, dificuldade de fala e deglutição, dores articulares, dormências, fadiga intensa e visão turva, em casos mais graves da doença, podendo chegar à neurite óptica. Embora as características clínicas sejam bem conhecidas, os aspectos etiológicos e achados laboratoriais constituem o alvo de principais estudos. O diagnóstico da doença é baseado na clínica do paciente, juntamente com exames de imagem, que permitem observar o grau da lesão, e se houve comprometimento da substância branca cerebral. Também é feito a pesquisa de bandas oligoglonais no líquido cefalorraquidiano e soro através de nefelometria e corrida eletroforética em gel de agarose, em pacientes durante o curso inicial da doença o resultado pode ser normal em até 30%. Assim, os objetivos deste estudo são caracterizar o diagnóstico de EM através de exame de imagem, correlacionar os achados laboratoriais com os casos confirmados da doença, além de comparar os achados de imagem e laboratoriais com os diferentes níveis de EM. Antes de inicar o estudo, este foi aprovado pelo Comitê de ética em Pesquisa Unilus, CAAE: 45219315.4.0000.5436. Em seguida, foi realizado levantamento de dados dos arquivos eletrônicos do estabelecimento de saúde particular de diagnóstico por imagem dos casos confirmados de EM, no período de Janeiro a Maio de 2015. Além dos exames de imagem, foram pesquisados os dados socioeconômicos (idade, gênero, etnia) e achados laboratoriais. Para o estudo foram analisados os laudos de ressonância nuclear magnética e achados laboratoriais, como hemograma e exame de LCR de 21 pacientes portadores de EM, sendo que 62% eram do sexo feminino e 38% do sexo masculino. A faixa etária desses pacientes varia de 18 a 60 anos. Dos 21 pacientes analisados, 71,43% apresentavam focos de alteração de sinal da substância branca com sinais de disseminação no espaço, e 28,57 % múltiplas lesões. Houve a presença de bandas oligoclonais em 76 % dos pacientes e 24% ausentes. Em relação ao modo em que a doença pode se manifestar 80% apresentaram Esclerose Múltipla Remitente Recorrente (EMRR), e 20% Esclerose Múltipla Secundária Progressiva. Foi concluído que o diagnóstico de EM é baseado principalmente no quadro clínico, considerando histórico do paciente, exame físico, neurológico e paraclínicos, como a RNM, LCR. O exame de RNM é de extrema importância, pois permite a visualização das lesões no SNC, avaliando assim o grau da doença.

                  

Palavras-chave: Esclerose múltipla. Ressonância nuclear magnética. Achados laboratoriais.


Texto completo:

PDF

Referências


A MAZZOLA, Alessandro. Ressonância magnética: princípios de formação da imagem e aplicações em imagem funcional.Revista Brasileira de Física Médica, Porto Alegre, v. 1, n. 3, p.117-119, 10 maio 2009. Disponível em: . Acesso em: 23 set. 2015.

ACADEMIA BRASILEIRA DE NEUROLOGIA. São Paulo: Omnifarma Ltda, 2012. Disponível em: . Acesso em: 09 set. 2015.

ALMEIDA, Jeniffer Vieira de. A IMPORTÂNCIA DA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA NO DIAGNOSTICO DA ESCLEROSE MÚLTIPLA. 2010. 110 f. TCC (Graduação) - Curso de Biomedicina, Dd, São Paulo, 2011. Disponível em:. Acesso em: 08 set. 2015.

ALVES, Beatriz da Costa Aguiar et al. ESCLEROSE MÚLTIPLA: REVISÃO DOS PRINCIPAIS TRATAMENTOS DA DOENÇA. Saúde e Meio Ambiente: Revista interdisciplinar, São Paulo, v. 3, n. 2, p.19-34, 2014. Disponível em: . Acesso em: 28 set. 2015.

BENADIBA, Marcel et al. New Molecular Targets for PET and SPECT Imaging in Neurodegenerative Diseases. Revista Brasileira de Psiquiatria, [s.l.], v. 34, p.125-148, out. 2012. Elsevier BV. DOI: 10.1016/j.rbp.2012.07.002. Disponível em: . Acesso em: 09 set. 2015.

BERTOTTI, Ana Paula. O portador de Esclerose Múltipla e suas formas de enfrentamento frente a doença. 2008. 57 f. Monografia (Especialização) - Curso de Psicologia, Universidade do Vale do Itajaí, Vale do Itajaí, 2008. Disponível em: . Acesso em: 10 ago. 2015.

BIENES, Gabriel; OLIVEIRA, Enedina Maria Lobato; BICHUETTI, Denis Bernardi. Esclerose múltipla. Revista Brasileira de Medicina, São Paulo, v. 71, n. 12, p.37-45, 20 out. 2014. Disponível em: . Acesso em: 09 set. 2015.

BURT, R K; KOZAK, T. Hematopoietic stem cell transplantation for multiple sclerosis: finding equipoise. Bone Marrow Transplant, v. 32, p.45-48, ago. 2003. Nature Publishing Group. DOI: 10.1038/sj.bmt.1703942.

CALLEGARO, Dagoberto. Diagnóstico e tratamento da esclerose múltipla. Academia Brasileira de Neurologia: São Paulo. 2001.

CICCARELLI, Olga et al. Pathogenesis of multiple sclerosis: insights from molecular and metabolic imaging. The Lancet Neurology, [s.l.], v. 13, n. 8, p.807-822, ago. 2014. Elsevier BV. DOI: 10.1016/s1474-4422(14)70101-2. Disponível em: . Acesso em: 14 out. 2015.

DANTAS, Andréa Tavares; DUARTE, Ângela Luzia Branco Pinto; MARQUES, Cláudia Diniz Lopes. A vitamina D na artrite reumatoide e no lúpus eritematoso. O reumatologista revista, Pernanbuco, v. 2, n. 64, p. 53-59. 10/2009. Disponível em: http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=4041. Acesso em: 10 Out 2015.

FELIPE, Eduardo et al. Análise comparativa entre duas escalas de avaliação clínica na esclerose múltipla: revisão de 302 casos. Arq. Neuro-Psiquiatr., São Paulo, v. 58, n. 2A, p. 300-303, Junho 2000. Available from . Acesso em: 13 Out. 2015. http://dx.doi.org/10.1590/S0004-282X2000000200016.

FERNANDES, Ana Paula M. et al. Como entender a associação entre o sistema HLA e as doenças auto-imunes endócrinas. 2003. Disponível em:

FERNANDES, Manuel Filipe Sousa. Tratamento Farmacológico da Esclerose Múltipla Forma Surto: Remissão. 2012. 40 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Medicina, Ciências da Saúde, Universidade da Beira Interiror, Covilhã, 2012. Disponível em: . Acesso em: 20 maio 2015.

FIGUEIRA, Fernando. O papel da imagem por ressonância magnética no diagnóstico e seguimento da esclerose múltipla. 2014. Disponível em: . Acesso em: 20 set. 2015.

FREEMAN, Shanna. A história da esclerose múltipla. 2007. Disponível em: . Acesso em: 04 maio 2015.

GRAÇA, Dominguita Luhers. MIELINIZAÇÃO, DESMIELINIZAÇÃO E REMIELINIZAÇÃO NO SISTEMA NERVOSO CENTRAL. 1988. Disponível em: . Acesso em: 04 maio 2015.

GRZESIUK, Anderson Kuntz. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E EPIDEMIOLÓGICAS DE 20 PACIENTES PORTADORES DE ESCLEROSE MÚLTIPLA ACOMPANHADOS EM CUIABÁ - MATO GROSSO. Arquivo Neurociências, Cuiabá, v. 3, n. 64, p.635-638, 2006. Disponível em: . Acesso em: 02 out. 2015.

HAGE, Maria Cristina Ferrarini Nunes Soares; IWASAK, Masao. Imagem por ressonância magnética: princípios básicos. Ciência Rural, Santa Maria, v. 4, n. 39, p.1287-1295, 07 jul. 2009. Disponível em: . Acesso em: 03 set. 2015.

STIFFT, Jonathas et al. Sumário das Evidências e Recomendações para uso de Natalizumab em Pacientes com Esclerose Múltipla. 2010. Disponível em: file:///C:/Users/Nayany/Downloads/2010%20-%20Natalizumab%20na%20Esclerose%20M%C3%BAltipla.pdf. Acesso em: 10/10/2015.

LIMA, E. P.; RODRIGUES, J. L.; VASCONCELOS, A. G.; et al. Heterogeneidade dos Déficits Cognitivo e Motor na Esclerose Múltipla: um estudo com a MSFC. Rev. PSICO, Belo Horizonte, v.39, n.3, p.371-381, jul/set. 2008.

LUBLIN; REINGOLD. Defining the clinical course of multiple sclerosis: results of an international survey. National Multiple Sclerosis Society (USA) Advisory Committee on Clinical Trials of New Agents in Multiple Sclerosis. 1996. Disponível em: . Acesso em: 05 junho 2015.

MELARAGNO FILHO, R. Esclerose múltipla: manual para pacientes e suas famílias. São Paulo: ABEM, 1992.

MENDONÇA, R. et al. Fundamentos da ressonância magnética. 1996.p. 29. Apostila.

MORALES, R. R.; MORALES, N. M. O; ROCHA, F. C. G.; et al. Qualidade de vida em portadores de esclerose múltipla. Rev. Neurociências, Uberlândia, v.65, n.2, p.454-460, fev. 2007.

MOREIRA, Marcos Aurélio et al. Esclerose múltipla: estudo descritivo de suas formas clínicas em 302 casos. Arq. Neuro-psiquiatr., [s.l.], v. 58, n. 2, p.460-466, 2000. FapUNIFESP (SciELO). DOI: 10.1590/s0004-282x2000000300010.

NEUROLOGIA, Academia Brasileira de (Org.). Diretrizes para o tratamento da esclerose mútipla com drogas imunomoduladoras. Arquivos de Neuro-psquiatria, São Paulo, v. 63, n. 3, set. 2005. Disponível em: . Acesso em: 06 set. 2015.

OLIVEIRA, Enedina Maria Lobato de et al. Esclerose múltipla: estudo clínico de 50 pacientes acompanhados no Ambulatório de Neurologia UNIFESP-EPM. Arq. Neuro-psiquiatr., [s.l.], v. 57, n. 1, p.51-55, 1999. FapUNIFESP (SciELO). DOI: 10.1590/s0004-282x1999000100010.

PASQUALOTTO, Alessandro Comarú; MATTOS, Alice J.Z. de; ROCHA, Marineide Melo. LEUCOENCEFALOPATIA MULTIFOCAL PROGRESSIVA CONFIRMADA POR PCR PARA VÍRUS JC NO LÍQUOR: Relato de caso. Arquivo Neuropsiquiatria, Porto Alegre, v. 2, n. 62, p. 550-554. 01/2004. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/anp/v62n2b/a34v622b.pdf. Acesso em: 12 Out. 2015.

PIMENTEL, Maria Lucia Vellutini. Neuromyelitis optica spectrum disorder and Sjögren syndrome are overlapping disorders and participate in the same autoimmunity context Arq. Neuro-psiquiatr., v. 72, n. 8, p.577-579, 2014. FapUNIFESP (SciELO). DOI: 10.1590/0004-282x20140115.

POLYETHYLEN. MS progression subtypes. 2013. Disponível em: . Acesso em: 20 set. 2015.

QUEIROZ, Luciano de Souza; ZANARDI, Verônica de Araújo. Esclerose Múltipla. 2015. Disponível em: . Acesso em: 20 set. 2015.

REZENDE, PATRÍCIA ALMEIDA DE; ARRUD, WALTER OLESCHKO. ASPECTOS GENÉTICOS DA ESCLEROSE MÚLTIPLA. Arquivo Neuropsquiatria, São Paulo, v. 3, n. 54, p. 439-450. 05/1996. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/anp/v54n3/13.pdf. Acesso em: 10 Out. 2015.

ROSE, John W.; HOUTCHENS, Maria; LYNCH, Sharon G. Imagens da esclerose múltipla. 2006. Disponível em: . Acesso em: 15 set. 2015.

SÁ, João de. A Propósito do Artigo: “O Tratamento da Esclerose Múltipla com Natalizumab: Análise de uma Coorte Hospitalar”. Revista Científica da Ordem dos Médicos, Lisboa, v. 4, n. 27, p.409-410, 27 jun. 2014. Disponível em: . Acesso em: 6 set. 2015.

SADIQ, Saud A. Esclerose Múltipla. In: P.ROWLAND, Lewis (Ed.). Tratado de Neurologia. 11. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan Ltda., 2007. Cap. 134, p. 871-891.

SILVA, Adriana Karla Gávio; PAULA, Márcio Luiz de; FERREIRA, Ana Paula. Imunopatologia da encefalomielite auto-imune experimental murina mediada por linfócitos T. Hu Revistas, Juiz de Fora, v. 34, n. 3, p.205-212, 2008. Disponível em: . Acesso em: 27 set. 2015.

SILVA, Roberto L.; MACEDO, Maria Cristina M. A.. Transplante autólogo de células-tronco hematopoiéticas sem uso de hemocomponentes. Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia, São José do Rio Preto, v. 28, n. 2, p.100-101, 02 abr. 2006. Disponível em: . Acesso em: 06 set. 2015.

TILBERY, Charles P. et al. Interferon beta 1-a na esclerose múltipla: experiência de um ano em 62 pacientes. Arq. Neuro-psiquiatr., [s.l.], v. 58, n. 2, p.452-459, 2000. FapUNIFESP (SciELO). DOI: 10.1590/s0004-282x2000000300009.

VOLTARELLI, Júlio C. et al. Consenso brasileiro para transplante de células-tronco hematopoéticas para tratamento de doenças autoimunes. Rev. Bras. Hematol. Hemoterapia, v. 32, p.125-135, 2010. Elsevier BV. DOI: 10.1590/s1516-84842010005000023.


Apontamentos

  • Não há apontamentos.


Direitos autorais 2016 Revista UNILUS Ensino e Pesquisa - RUEP

ISSN (impresso): 1807-8850
ISSN (eletrônico): 2318-2083

Periodicidade: Trimestral

Primeiro trimestre, jan./mar., data para publicação da edição - 30 de junho
Segundo trimestre, abr./jun., data para publicação da edição - 30 de setembro
Terceiro trimestre, jul./set., data para publicação da edição - 31 de dezembro
Quarto trimestre, out./dez., data para publicação da edição - 31 de março

Licença Creative Commons
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.

 

Indexadores

 

Estatística de Acesso à RUEP

Monitorado desde 22 de novembro de 2016.