HIV: COMPREENDENDO A VIVÊNCIA DA DOENÇA SOB O OLHAR DE CRIANÇAS ESCOLARES E ADOLESCENTES
Resumo
As ações terapêuticas e profiláticas dos antirretrovirais, converteram o HIV em uma condição crônica, com quase nenhum caso de transmissão vertical no país. Entretanto a falha no acompanhamento do pré-natal ou a má adesão ao tratamento antirretroviral adiaram tal conquista. Como consequência surgiu a primeira geração de crianças e jovens portadores do HIV desde que nasceram, com expectativa de vida indefinida, e necessidades físicas e psicológicas diferenciadas. Baseado neste contexto, o presente estudo tem por objetivo principal compreender a experiência do portador de HIV, em transição da idade escolar para a adolescência. No desenvolvimento da pesquisa, definiu-se metodologicamente a natureza exploratória e a abordagem qualitativa, esta foi aprovada primeiro pela Comissão de Pesquisa e Intervenção do município de Santos e posteriormente pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos do Centro Universitário Lusíada. Em seguida prosseguiu-se para a coleta de dados que ocorreu durante o mês de agosto em um serviço público de referência para atendimento de soropositividade pediátrica no município de Santos, onde a chefe de seção permitiu a coleta de dados em prontuários. E através da consulta aos prontuários e à agenda de consultas médicas, foram selecionados seis indivíduos passando por tratamento no serviço escolhido, com idades entre 7 e 17 anos. Para realizar as entrevistas foi solicitado que os responsáveis lessem ou ouvissem as orientações e assinassem o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, então os diálogos foram gravados em áudio e compostos por questões acerca do cotidiano, experiências passadas, reflexões e metas. Utilizando a análise de conteúdo, as entrevistas foram transcritas, e convertidas em texto para análise no qual foram identificados significados e estes representados e discutidos em dez categorizadas, sendo elas: Influencia da família no enfrentamento da soropositividade, Caracterização do cotidiano e lazer dos sujeitos, Funções da amizade e do contato social, Percebendo o adolescer e a sexualidade, Vivenciando a revelação do diagnóstico, Relação dos sujeitos com a doença e seu tratamento, Percebendo o ambiente de tratamento e os funcionários como fonte de apoio, Experienciando o ambiente hospitalar, Convivendo com temores e preconceitos, Dispondo de conhecimentos, crenças e sonhos para visualizar o futuro. Durante a discussão de resultados foi identificado o benefício da criação de um grupo de apoio especialmente para adolescentes, pois estes necessitam do intercambio de experiências e soluções. E balanceando os significados coletados com pesquisas já publicadas, percebe-se o foco excessivo na busca por estratégias que estimulem a adesão, apesar de ser um esforço válido, está se mostrando ineficaz, com isso este estudo quer sugerir que futuros entusiastas em pesquisar na área, dirijam seu olhar para aspectos íntimos ao ser soropositivo, pois só a empatia tem se mostrado capaz de sensibilizar mudanças.
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PDFReferências
KOURROUSKI, Maria Fernanda Cabral. Adesão ao tratamento: vivências de adolescentes com HIV/AIDS. 2008. 111 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado de Enfermagem em Saúde Pública, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2008.
SILVA, Márcia Menezes Gomes da. Características das gestantes infectadas pelo HIV: De acordo com o momento do seu diagnóstico. 2007. 99 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Medicina Epidemiológica, Programa de Pós-graduação em Epidemiologia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2007.
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