FREQUÊNCIA DE ALOIMUNIZAÇÃO MATERNO-FETAL DE JANEIRO DE 2010 A JANEIRO DE 2015 NO HOSPITAL GUILHERME ÁLVARO EM SANTOS-SP

Victor Zerbinatti, Rosangela Maria dos Santos, Eliana Claudia Perroud Morato Ferreira

Resumo


A aloimunização é um processo no qual ocorre formação de anticorpos no indivíduo após seu contato com antígenos diferentes de seus próprios. A Doença Hemolítica do Perinatal (DHPN) ocorre quando há incompatibilidade entre antígenos eritrocitários da mãe e do feto levando a aloimunização na gestante, que passa a produzir anticorpos contra tais antígenos. Os anticorpos atravessam a barreira placentária, sensibilizando as hemácias fetais, causando hemólise e podendo trazer riscos ao feto e posteriormente ao recém-nascido. Os anticorpos causadores da DHPN se enquadram nos 29 sistemas de grupos sanguíneos, sendo que o sistema ABO e Rh são os maiores causadores da doença. Essa enfermidade, no entanto, pode ser prevenida através da profilaxia na gestante ou tratamento no feto, no recém-nascido e na gestante. O diagnóstico laboratorial é realizado através de testes nas hemácias do recém-nascido, como o do Teste de Antiglobulina Direto (TAD), que detecta hemácias sensibilizadas por anticorpos, e a identificação desses anticorpos através da técnica de Eluato, além da Pesquisa de Anticorpo Irregular (PAI) na mãe, que detecta aloanticorpos na circulação materna. O presente estudo teve como objetivo demonstrar, retrospectivamente a partir de um levantamento dos prontuários de gestante e recém-nascido no Hemonúcleo de Santos, a frequência de aloimunização materno-fetal no período de Janeiro de 2010 a Janeiro de 2015. Foram avaliados registros de 7691 nascimentos, nos quais se obteve acesso a resultados do PAI materno, TAD do RN e tipagem sanguínea da mãe e do RN. Do total de nascimentos, em 2,1% (n.162) ocorreram resultados positivos no TAD, indicando sensibilização eritrocitária. Destes, 77,2% (n.125) foram causados por anticorpos do sistema ABO, sendo 75,2% (n.94) por anti-A, 23,2% (n.29) por anti-B contra o antígeno B e em 1,6% dos casos (n.2) ocorreu sensibilização simultânea por anti-A e anti-B. Já em relação ao sistema Rh foi observado, 21% (n.34) dos TAD positivos sensibilizados pelos antígenos desse sistema, nos quais 79,4% (n.27) foi causado por anti-D, 8,8% (n.3) por anti-c, contra o antígeno c, 5,9% (n.2) por anti-E e 5,9% (n.2) foram causados por anti-e,. Em 1,8% (n.3) dos resultados positivos no TAD não foram identificados os anticorpos causadores da sensibilização. Com este estudo, conclui-se então que graças aos avanços na profilaxia e no diagnóstico, ocorreu, no período analisado, um pequeno número de casos de sensibilização eritrocitária do recém-nascido (2,1%). Observa-se também que, assim como em

estudos anteriormente publicados, o maior causador de aloimunização ainda é o antígeno D do sistema Rh, pois mesmo a quantidade de sensibilizações por anticorpos ABO sendo maior, os anticorpos desse sistema são considerados próprios, e não provenientes de aloimunização.


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