Uso de Vitamina E em crianças obesas com doenças hepáticas gordurosa não alcóolica: uma revisão sistemática

Isabella Duarte Brejão, Helena Alves Brandileone, João Pedro Ruas Floriano Toledo, Juliana Volpe Nogueira Lima, Mayco Reinaldi Serra

Resumo


OBJETIVOS: Avaliar se o uso da Vitamina E tem benefícios na redução de parâmetros inflamatórios e metabólicos em crianças e adolescentes obesos com doença hepática gordurosa não alcoólica, em comparação com dieta ou exercício físico ou placebo.

MÉTODOS: Revisão sistemática de ensaios clínicos randomizados. Foram incluídos pacientes pediátricos obesos (IMC > Z-Score +2), 5 a 18 anos, com doença hepática gordurosa não alcoólica e Transaminase Glutâmico Pirúvica (TGP) > 60U/L. Foram utilizados os bancos de dados MEDLINE (PubMed), Embase, Scopus, Clinical Trials e Scielo até 14/04/2024, resultando em 586 artigos, dos quais 5 foram selecionados seguindo os critérios de elegibilidade. O desfecho primário foi a redução de TGP e como desfechos secundários, a redução do Índice de Massa Corpórea (IMC), triglicérides (TG), Homeostatic Model Assessment for Insulin Resistance (HOMA-IR), além de avaliação de parâmetros da ultrassonografia (USG) e biópsia hepática. 

RESULTADOS: TGP: Dois estudos mostraram redução significativa dos índices de TGP com vitamina E a curto prazo (Lavine, 2011; Homaei, 2022). Um estudo teve redução após 4 semanas (Wang, 2008), enquanto outro não encontrou relevância após 5 meses (Vajro, 2004). Um estudo não avaliou TGP (Akcam,2011).

IMC: Em quatro estudos analisados, três não mostraram benefícios da vitamina E na redução do IMC (Lavine, 2011; Homaei, 2022; Akcam, 2011), mas um estudo encontrou redução significativa após 4 semanas (Wang, 2008).

TG: Dois estudos concluíram que a vitamina E não foi benéfica para TG (Lavine, 2011; Homaei, 2022), enquanto outros dois observaram diminuição dos níveis (Wang, 2008; Akcam, 2011).

HOMA-IR: Dois estudos não encontraram significância no uso de vitamina E (Lavine, 2011; Homaei, 2022), enquanto outros dois relataram benefícios (Wang, 2008; Akcam, 2011). Um estudo não avaliou parâmetros metabólicos (Vajro, 2004)

USG: Quatro dos cinco estudos realizaram USG. Um não encontrou alterações (Wang, 2008), enquanto dois observaram redução da gordura hepática (Akcam, 2011; Homaei, 2022). Um estudo indicou que as mudanças ocorreram apenas em pacientes que seguiram a dieta e o uso de vitamina E (Vajro, 2004).

Biópsia Hepática: Apenas um estudo realizou biópsia hepática, mostrando melhora significativa no escore de atividade da EHNA (Lavine, 2011).

CONCLUSÃO: Pode-se concluir que o uso da Vitamina E em crianças e adolescentes obesos com EHNA possui evidência controversa na literatura, no que se refere a melhora de TGP e de índices metabólicos.

 

Palavras-chave: Alanina Transaminase; Fígado Gorduroso; Triglicerídeos; Vitamina E; Índice de Massa Corporal.


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