Pré-eclâmpsia precoce uma comparação entre desfechos maternos e neonatais de acordo com a via de parturição

Resumo

A pré-eclâmpsia (PE) é uma síndrome multifatorial, multissistêmica e progressiva que acarreta altos índices de morbidade materna e fetal, tendo seu pior prognóstico quando instaurada precocemente (<34 semanas). O presente estudo objetiva analisar resultados maternos e neonatais em gestações complicadas por PE precoce após indução do parto, que resultou na parturição via vaginal em comparação com a cesariana. Os critérios de inclusão foram estudos com gestantes com pré-eclâmpsia precoce; indução de parto e comparações entre cesariana e parturição vaginal. Nossa revisão sistemática selecionou publicações dos últimos 24 anos, diante de 239 estudos triados, resultou em cinco selecionados para análise completa. Foram realizadas duas análises dos desfechos coletados; na primeira, todos os desfechos foram listados, em um segundo momento, a seleção foi baseada naqueles que foram citados em pelo menos dois artigos, desde que o número de eventos analisados em ambas vias de parturição tenham sido diferentes de zero. Os resultados apontam que, na indução de parto, observou-se menor ocorrência dos seguintes desfechos: descolamento prematuro de placenta e infecção da ferida operatória; já para os seguintes desfechos: morte neonatal e hemorragia pós-parto foi visto menor prevalência na cesariana, fugindo do que esperávamos, podendo ter sido em decorrência de nossa amostra limitada e falta de uniformidade entre os dados obtidos dos diversos trabalhos. Diante da admissão materna em UTI não foram observadas diferenças significativas quanto a via de parto. Entretanto, constata-se a presença de alta heterogeneidade entre os estudos e falta de dados, demonstrando a falta de evidências concretas acerca da melhor via de parto no contexto da PE precoce, sendo necessários mais estudos que possibilitem a elucidação desta problemática.

Palavras-Chaves: Pré-eclâmpsia; Precoce; Indução do trabalho de parto; Cesárea