CIRURGIA ROBÓTICA VERSUS CIRURGIA VIDEOLAPAROSCÓPICA NO TRATAMENTO DO CÂNCER DE RETO: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA E METANÁLISE

Aline Namie Tanimaru, Anderson Benegas Mendes, Gabriel Barreiros Lapetina Andrade Santana, Jade Maria de Oliveira Almeida, Fernando Augusto Garcia Guimarâes

Resumo


O tratamento cirúrgico do câncer de reto por videolaparoscopia ou por robótica implica em menor trauma cirúrgico e tempo de recuperação, com resultados oncológicos semelhantes à técnica aberta. A cirurgia robótica, com ajustes dos movimentos do cirurgião, poderia trazer vantagens em relação à cirurgia videolaparoscópica nas cirurgias do reto com ressecção total do mesorreto.

Objetivo: Comparar a ressecção anterior do reto associada à excisão do mesorreto por robótica com a feita por videolaparoscopia, através de uma revisão sistemática. Métodos: Utilizando-se as bases de dados MEDLINE, foi realizada a busca de artigos de ensaios clínicos randomizados ou coortes observacionais, comparando a ressecção anterior do reto para tratamento de câncer de reto, com excisão total do mesorreto, seja por videolaparoscopia ou por robótica. Os desfechos avaliados foram: mortalidade, taxa de conversão, tempo operatório, perda sanguínea, fístulas, número de linfonodos recuperados e tempo de internação. O risco de viés dos ensaios clínicos randomizados e dos coortes observacionais foram avaliados pelas ferramentas ROB 2.0 e ROBINS-I, respectivamente. A Certeza da Evidência foi avaliada com a ferramenta GRADE Pro.

Resultados: Foram incluídos 10 artigos para análise, totalizando 9.867 pacientes. A mortalidade, com moderada certeza de evidência, foi baixa e semelhante nas duas técnicas. A excisão total do mesorreto foi feita em 73,2% das cirurgias robóticas e 69,2% da videolaparoscópicas, sem evidência de real benefício. A taxa de conversão, a perda sanguínea e a ocorrência de fístulas foram menores na cirurgia robótica, com baixa certeza de evidência. O tempo operatório na cirurgia videolaparoscópica foi menor do que na robótica, com baixa certeza de evidência. O número de linfonodos recuperados na peça cirúrgica e o tempo de internação foram semelhantes nos dois grupos.

Conclusão: A cirurgia robótica é procedimento comparável a videolaparoscópica para realização da ressecção anterior do reto com excisão de mesorreto. Há diferenças nas taxas de conversão, perda sanguínea e ocorrência de fístulas a favor da robótica, mas a certeza de evidência é baixa, necessitando de realização de estudos mais robustos para justificar seu uso.

Palavras-chave: câncer de reto; cirurgia robótica; cirurgia videolaparoscópica; ressecção anterior do reto; excisão total do mesorreto.


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