REINTRODUÇÃO ALIMENTAR PÓS-CIRÚRGICA PRECOCE OU TARDIA NA ESTENOSE HIPERTRÓFICA DO PILORO: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

Alexandra Shawnia Rodulfo Turmero, Gabriela Pellegatti da Faia, Guilherme Chacon Martinez Dastre Barbosa, Leonardo de Souza Siqueira, Igor Gütschov Oviedo Garcia

Resumo


A estenose hipertrófica do piloro (EHP) é uma doença comum nos lactentes que é caracterizada pela hipertrofia da musculatura circular do piloro ocasionando uma obstrução do esvaziamento gástrico. Em decorrência disso pode gerar sintomas como vômitos pós-alimentares não-biliosos, que aumentam de frequência e volume de forma gradual, e perda de peso. O tratamento dessa condição é realizado de forma cirúrgica através da piloromiotomia de Fredet-Ramstedt, que pode ser realizada por via aberta ou laparoscópica. Entretanto, em relação a realimentação, um importante fator dos cuidados pós-operatórios da EHP, ainda não há um consenso do momento e a forma adequada de como realizá-la. Dessa forma, essa revisão tem como objetivo comparar diferentes momentos de realimentação no período pós-operatório, utilizando como parâmetros a ocorrência de vômitos pós-operatórios, tempo de internação e tempo até alimentação completa. Este artigo consiste em uma revisão sistemática que realizou a seleção dos artigos na base de dados MEDLINE, sendo selecionados apenas estudos coorte observacionais que avaliaram tempos diferentes de realimentação (precoce e tardia). Após a busca, foram selecionados cinco artigos para inclusão na revisão, e devido à alta heterogeneidade foi realizado uma síntese qualitativa dos achados e organizados em subgrupos para analisar os resultados. Todos os desfechos tiveram muito baixa certeza de evidência de acordo com a análise GRADE. A ocorrência de vômitos pós-operatórios foi maior no grupo de reintrodução precoce, com diferença estatisticamente significante em quatro dos cinco artigos, favorecendo o grupo reintrodução tardia. Em relação ao tempo de internação, houve diferença estatisticamente significante em dois de três estudos, favorecendo o grupo reintrodução precoce. Ao avaliar o tempo para alimentação completa, houve diferença estatisticamente significante em dois de três estudos, a favor da reintrodução precoce, porém globalmente sem diferença. A partir dos resultados obtidos nesta revisão sistemática, é possível concluir que, a reintrodução alimentar precoce pode causar um aumento de vômitos pós-operatórios mas possivelmente permitir um menor tempo de internação, com pouca ou nenhuma diferença em relação à reintrodução tardia no tempo levado até alimentação completa.

Palavras-chave: estenose hipertrófica de piloro; pós-operatório; criança; reintrodução alimentar; vômitos.


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