FOTOBIOMODULAÇÃO PARA PREVENÇÃO DE RADIODERMITE AGUDA EM PACIENTES COM CÂNCER DE MAMA

Fabiana Felippe dos Santos, Cinira Assad Simão Haddad

Resumo


A radioterapia (RT) se baseia na utilização de radiação ionizante com o objetivo de eliminação ou controle local do câncer. No câncer de mama, a RT é utilizada de maneira externa, podendo haver irradiação para áreas como axilas e cervical, além da mama. A exposição à radiação gera danos ao tecido tegumentar, o que provoca o recrutamento de células inflamatórias, caracterizando a radiodermite (RD). A RD aguda apresenta sintomas como alterações pigmentares, edema, descamação e necrose tecidual, gerando insatisfação estética, dor e prurido; em casos mais graves, pode ocasionar a interrupção do tratamento radioterápico prejudicando o processo terapêutico. A fotobiomodulação (FBM), por seu grande potencial cicatrizante, tem mostrado efeitos benéficos, melhorando os aspectos da pele, auxiliando na reparação tecidual e controle do processo inflamatório. Objetivo: Analisar os efeitos da aplicação da FBM durante o tratamento por RT. Metodologia: Estudo de ensaio clínico não randomizado, composto por mulheres portadoras de câncer de mama, que iriam iniciar a RT no Instituto do Câncer Doutor Arnaldo Vieira de Carvalho. As pacientes foram agrupadas em: Grupo intervenção - GI (receberam tratamento preventivo para RD por meio da aplicação de FBM por placa de LED durante a RT, além de orientações do setor) e Grupo Controle -GC (não receberam intervenção por LED’s, contudo, receberam as orientações padrões do setor). Ambos os grupos foram avaliados e reavaliados quanto ao estado geral da pele e qualidade de vida, no início, durante e depois do tratamento, por meio de questionários e exame visual. Resultados: A amostra foi composta por 28 pacientes, sendo 17 no GC e 11 no GI. A média de idade no GC foi de 55.53 (±12,44) anos e no GI 59 anos (±14,07) e a média de IMC foi 36.86 (±5,57) no GC e 27.48 (±3,55) no GI. No geral, 92,86% (n=26) das pacientes que compuseram a amostra apresentaram algum grau de radiodermite. No GC todas as pacientes desenvolveram algum grau de radiodermite (graduado por meio critério RTOG), sendo 52,94% grau 1; 23,53% grau 2; 5,88% grau 3 e 17,65% grau 4 (radiodermite severa). Já no GI, 81,82% pacientes tiveram grau leve (RTOG 1) e 18,18% não apresentaram reação cutânea (RTOG 0). Em relação a qualidade de vida avaliada por meio do questionário Skindex-16, onde, um score mais alto está relacionado com uma qualidade de vida mais baixa. O GC obteve uma média mais alta (29.78) já no início da RD, em comparação com o GI (19.89). Ao longo do tratamento, observou-se aumento progressivo na média do Skindex-16 no GC (49.12) em relação ao GI, onde o valor tendeu a cair (18.56). Ao final da RD, o GC obteve média de 49.51, representando uma pior qualidade de vida em relação ao GI, que obteve valor de 15.06. Foi realizado teste de Correlação de Pearson para a variável referente ao número de sessões de LED e Skindex-16 depois (r= -0,5801301516). Conclusão: O grupo que realizou FBM apresentou menor incidência de RD, com o surgimento das reações mais tardiamente e, ainda, com graus menores de severidade.

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